terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O poder do HMB



Por mais de uma década, o suplemen­to nutricional HMB vem sendo estudado pelo seu hipotético efeito anticatabólico, lipolítico, potencializador do treinamento com pesos, para o aumento da força, hiper­trofia, recuperação, oxidação dos ácidos graxos, com subsequente perda de gor­dura, quando utilizado em conjunto com o treinamento de força. Esta hipótese é re­latada por observações de que a leucina e seu metabólito a-cetoisocaproato (KIK), inibem a degradação protéica. 



Estudos feitos em animais indicam que o HMB é sintetizado pelo KIK primariamente como bioproduto do metabolismo da leucina, e que aproximadamente 5% da oxidação da leucina seja convertido em HMB. O HMB é encontrado no comércio como Cálcio-HMB-Monohidratado. Segundo Williams, as doses usadas em pesquisas geralmente são de 1,5 gr a 3 gr por dia, em múltiplas doses.

Nissen e colaboradores observaram aumentos significativos na força e na massa muscu­lar em homens que iniciaram treinamento com pesos suplementados com 1,5 a 3 gr de HMB (como sais de cálcio) por 3 a 4 semanas. Esses ganhos foram asso­ciados com uma significante diminuição na excreção enzimática muscular e uri­nária de 3-metilhistidina, sugerindo que os indivíduos que ingeriram HMB experi­mentaram menor catabolismo muscular durante o treinamento. Outros pesquisa­dores estudaram os efeitos do HMB em ganhos de força em adultos idosos (70 anos).



Os participantes receberam 3 g/ HMB/dia durante oito semanas e, apre­sentaram aumento de 24% em teste de repetição máxima na flexão de joelhos na mesa flexora (“leg curl test”), em compa­ração ao grupo placebo. Entretanto, Kreider sugeriu que o aumento de força em atletas bem treinados, suplementados com HMB, não é consistente. Em estudo realizado com 40 atletas ex­perientes envolvidos no treinamento com pesos, em protocolo de 28 dias com 0,3 e 6 g/HMB/dia, quando comparados antes e depois de uma repetição máxima no “leg press” e no supino, não apresen­tam resultados significativos.



O que dizem outros estudos
Um estudo realizado por um grupo de pesquisadores canadenses, chefiado pelo Dr. Cédric Lamboley7 teve como ob­jetivo determinar os efeitos da suplemen- tação oral de HMB (3 g/dia) em estudan­tes treinados, submetidos a um protocolo de treinamento intervalado em ergômetro (esteira) durante 5 semanas. Os resulta­dos indicaram que não houve alterações significativas na composição corporal. 



Po­rém, o grupo suplementado apresentou alterações positivas superiores ao grupo placebo no V02máx (+15,5% e +8,4%, respectivamente). Os pesquisadores con­cluíram que apesar de ambos os grupos terem sofrido alterações positivas pelo treinamento, o grupo suplementado com HMB obteve melhoras significativas em comparação com o placebo (P < 0,05).
Por outro lado, um recente estudo utilizando um suplemento denominado Muscle AmrorTM, dos laboratórios Abbott, contendo em sua formulação o HMB, durante 12 semanas de treinamento de força, demonstrou melhoras no grupo suplementado em relação as respostas hormonais anabólicas e atenuou os marcadores de dano muscular, CK e LDH, cre- atina quinase e lactato desidrogenase, respectivamente.


As pesquisas realizadas com HMB se mostram inconclusivas, e na maioria dos estudos publicados na literatura, que não são muitos, os mesmos são realizados em indivíduos destreinados e com pouca reprodutibilidade por outros laboratórios. Além disso, em uma minuciosa busca realizada no medline (sistema de buscas em periódicos científicos na internet), mais de 80% das pesquisas foram realizadas com modelos animais.



Pelo exposto nessa matéria, podemos perceber que as pesquisas realizadas com HMB ainda trazem resultados contraditórios. Na dúvida, consulte um nutricionista especializado em nutrição esportiva e faça a ingestão de alimentos corretamente e não se esqueça… Treine!

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