O tempo de descanso
entre as séries é um dos factores que influencia a qualidade e os efeitos do
treino.
Estudos científicos
mostram que intervalos de descanso curtos entre as séries promovem uma maior
concentração do hormônio do crescimento.
O
mais recente, publicado no The Journal of Strenght % Conditioning
Research, mostrou que intervalos de 60s entre as séries de supino e agachamento aumentam
as concentrações do hormônio de crescimento, comparado com intervalos de 120s.
Por outro lado, no mesmo estudo foi observado uma maior resposta da
testosterona nos indivíduos que descansaram durante 2 minutos.
Um estudo recente
avaliou o efeito de tempos de descanso decrescentes na força e hipertrofia
muscular. Ou seja, em vez de os indivíduos descansarem sempre os mesmos
segundos entre cada série, foram diminuindo o tempo. Vinte atletas com treino
de resistência foram divididos em 2 grupos – o do tempo de descanso constante
(TDC) e o do tempo de descanso decrescente (TDD) – e desempenharam exercícios
de musculação durante 8 semanas.
Os elementos do grupo
TDC descansaram 2 minutos entre cada série de exercícios. Os do grupo do TDD
descansaram 2 minutos no primeiro intervalo e foram diminuindo o tempo até 30s
apenas. Os cientistas não encontraram diferenças dignas de nota entre os 2
grupos, no que diz respeito a ganhos de força e massa muscular,
o que sugere que, nas condições do estudo, qualquer que seja o tempo de
descanso os ganhos serão semelhantes.
Um outro estudo
mostrou que em treinos onde o atleta apenas realize 1 repetição máxima, 1
minuto de descanso entre as séries é suficiente para recuperar e estar
novamente apto a repetir a série. Treze dos dezassete atletas que descansaram 1
minuto conseguiram completar a segunda série. Já quando o descanso foi de 2
minutos, foram 16 os atletas que conseguiram completar a segunda série, um
número ligeiramente superior ao 1º grupo.
Por outro lado,
quando o número de repetições é elevado e caso sejam usados intervalos de
descanso curtos, é preferível baixar a carga de maneira a poder completar as
restantes séries até ao fim. É esta a conclusão de um estudo publicado no The
Journal of Strength & Conditioning.
Quinze atletas
executaram 5 séries de 15 repetições de supino e de agachamento. Foram
avaliados 3 tempos de descanso: 30s, 1m e 2m. Nenhum dos atletas conseguiu fazer
todas as repetições nas últimas séries, independentemente do tempo de descanso
de cada um. No entanto, isto foi mais notado nos indivíduos que descansaram
apenas 30s.
Esta foi a conclusão
dos autores do estudo: “Quando são aplicados intervalos de descanso curtos de
modo a desenvolver endurance muscular, a intensidade deveria
ser diminuída nas séries subsequentes, de maneira a manter o mesmo número de
repetições”.
CONCLUSÃO
Não há uma fórmula
universal, um tempo de descanso certo que os praticantes de musculação devem
cumprir. Tudo depende dos objectivos de cada um. Apesar disso, pelos estudos
aqui referidos, é de evitar tempos de descanso demasiado longos (+2 m), uma vez
que pouco ou nenhum benefício parecem trazer.
Fonte:
Kraemer, W. et. al., Changes in
hormonal concentrations after different heavy-resistance exercise protocols in
women, Journal of Applied Physiology 75: 594-604, 1993
– Rahimi, R. et. al., Effects
of very short rest periods on hormonal responses to resistance exercise in men,
Journal of Strength and Conditioning Research 24(7): 1851-1859, Julho 2010
– de Souza, T. et. al., Comparison
between constant and decreasing rest intervals: influence on maximal strength
and hypertrophy, Journal of Strength and Conditioning Research 24(7):
1843-1850, Julho 2010
– matuszak, M. et. al., Effect
of rest interval length on repeated 1 repetition maximum back squats,
Journal of Strength and Conditioning Research 17(4):634-7, Novembro 2003
– Willardson, J. & Burkett, L., The
effect of rest interval length on the sustainability of squat and bench press
repetitions, Journal of Strength and Conditioning Research 20(2):400-3,
Maio 2006
Edição:
Lucas Silvério da Silva
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