Acho que um dos
temas mais polêmicos no ramo da nutrição e, nem precisa ser nutrição esportiva
é ovegetarianismo, o ovolactovegetarianismo ou
qualquer uma dessas vertentes que empregam conceitos sobre o uso dos derivados
de animais.
Claramente, as
diferentes classes desses grupos e subgrupos o apontam como mais ou menos
extremos. Por exemplo, alguns desses unicamente não consomem nenhum tipo de carne, mas consomem leites e ovos. Já outros, nem isso.
Ainda os mais extremáticos chegam a não se colocar em contato ou em proximidade
com derivados de animais. Pasme, até mesmo deixando de ir ao cinema pela tela
feita de algum composto de boi.
Como podemos ver,
seja por religião, por filosofia de vida, por vontade, por busca à saúde
(contraditório) ou outro fator qualquer, não existe apenas os que não comem
carne, mas os que vão além. E obviamente, apesar de eu particularmente não
concordar com absolutamente nada disso, devo respeito às escolhas que cada um
faz, principalmente em sua própria vida.
Porém, não podemos deixar de falar aqui que asdeficiências nutricionais decorrentes
da dieta vegansão inúmeras.
Aliás, essas mesmas deficiências podem interferir diretamente na saúde,
promovendo patologias das mais diversas, como anemia ferroprivia (pela ausência de ferro heme na dieta),
descalcificação óssea, isenção de aminoácidos essenciais na dieta, etc etc etc.
O que acontece de
fato é que grande parte dos vegans da
moda, ou seja, menininhas que viram o filme de um abate de animais, ficaram
chocadas e decidiram se alimentar apenas de matos e grãos não conseguem ter uma
estrutura psicológica e muito menos normal para levar o vegetarismo a sério.
Provavelmente esses indivíduos (os chamados reais vegans) possuem um alto grau
de informação para contrabalancear
as deficiências de sua dieta e, claro, os aspectos sociais também.
E é preciso que isso seja feito para driblar esses problemas decorrentes da
escolha do indivíduo.
Em tempo, muitas
dessas menininhas acham que simplesmente se entupir de açúcar e mais uns pratos
de macarrão com queijo suprirão suas necessidades energéticas. Enfim…
Mas, se fôssemos falar
sobre dieta saudável aqui,
entraríamos em muitos e muitos méritos que renderiam realmente um livro! Por
isso, o foco dessa discussão é na verdade o ganho de massa muscular, ou a hipertrofia em indivíduos
vegetarianos. Isso é realmente possível?
Bem, como sabemos,
as proteínas são a
matéria prima para a síntese das fibras musculares. Sem proteínas fica mesmo
difícil reconstruir e manter os tecidos do corpo, inclusive o muscular. Porém,
não são unicamente as proteínas que fazem esse trabalho, mas o conjunto de
fatores que envolve o treino, os co-fatores nutricionais, o descanso e a dieta
como um todo equilibrada (principalmente no aspecto de macronutrientes, envolvendo,
claro, as proteínas). Todavia, seria hipocrisia desconsiderar não só a
importância de todos os
aminoácidos, mas a NECESSIDADE da disponibilidade de todos esses
aminoácidos dentro do corpo a fim de obter-se uma síntese protéica
satisfatória.
Entre os
aminoácidos principais que devemos ingerir não só por sua disponibilidade em
alimentos relativamente restritos, mas pelo corpo não ter a capacidade de
sintentizá-los, podemos citar os aminoácidos de cadeira ramificada, ou os Branch Chains Amino Acids (BCAAs): L-Leucina, L-Isoleucina e L-Valina.
Estes aminoácidos são importantes na medida em que são oxidados e melhor
requeridos pelo músculo esquelético durante a atividade física. Além disso,
eles participam na síntese de outros aminoácidos importantes como o ácido glutâmico e a arginina.
Porém, estes
aminoácidos são encontrados apenas em derivados de animais, ou seja, carnes, leites, ovos ou qualquer
coisa do gênero. – Claro, também em suplementos, mas estes, também são
derivados de animais.
Mas se os aminoácidos
fossem o único problema, estaria bom: Devemos nos atentar sobre quantidades decianocobalamina e ferro heme na
dieta, que são exclusivamente encontrados em derivados de animais e em carnes
vermelhas, respectivamente. Esta importante vitamina participa em sínteses de lipídios,carboidratos e proteínas também
e, a necessidade deste mineral chamado ferro nem se quer necessita
apresentações. O ferro basicamente participa da hemoglobina, proteína
transportadora de oxigênio para todas (eu disse todas) as células do corpo.
Mas, voltando ao
assunto principal: Mesmo com todas essas deficiências, um vegetariano, ou
ovolactovegetariano, pode ganhar massa muscular? Sim, claro!
– Eu mesmo tenho
um amigo ex-powerlifter e atual bodybuilder que é vegetariano. Mas duas coisas
devem ser levadas em consideração: A primeira delas é a certeza de que a
dificuldade de ganho muscular é infinitamente mais alta e, se esta for com uma
certa qualidade, mais ainda. E em segundo, que a dieta e o treinamento devem
atender padrões específicos a esse tipo de indivíduo.
É importante que o
treinamento seja relativamente breve e árduo, por exemplo.
Já no que se diz
respeito a dieta, devemos proporcionar a mais variada gama de alimentos e
consequentemente nutrientes a estes indivíduos. Aliás, os que são adeptos
verdadeiros deste estilo de vida, tem bem ciência disso e, enquanto nós mortais
consumimos um ou dois tipos de grãos em uma refeição, eles consomem quatro ou
cinco, possibilitando e induzindo o corpo a misturar esses aminoácidos e,
pasme,sintetizar aminoácidos de
cadeia ramificada (claro que em quantidades muito mais baixas do que se fossem
consumidos de maneira exógena).
Os macro-nutrientes
ainda podem ser supridos com uma boa alimentação e, consequentemente osmicronutrientes também serão supridos. Mas claro que
alguns merecem certa atenção e suplementação, como a Vitamina B12 e o próprio Ferro Heme (que na verdade deveria ser suplementado com outro
Ferro Quelato, por exemplo), que já foi citada e que encontra-se apenas em animais.
Conclusão:
Desde que com uma
boa dieta e um treinamento coerente, apesar das grandes e aumentadas
dificuldades, um vegetariano pode
ganhar massa muscular. Porém, ele deve ficar atento as proporções de
alimentos a fim de não gerar carências nutricionais a seu corpo.
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